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Uma agência educadora chamada “Igreja”

Publicado em: 25/02/2016 por CBN-SP

Educação Cristã

Texto básico – 2 Crônicas 17: 1 a 9

A Igreja de Jesus Cristo deve ser sim, uma comunidade educadora. A diminuição da capacidade do indivíduo em pensar ou agir por si próprio e o analfabetismo bíblico como o secular, são os males sociais, cuja erradicação desafia e responsabiliza a Igreja como parte de seu ministério.

O Texto básico apresenta alguns aspectos importantes de uma vasta reforma administrativa que o Rei Josafá realizou em Judá, podemos perceber isto nas seguintes áreas: militar, religiosa, econômica e educacional. Chama-nos a atenção, as orientações desafiantes para a Igreja de nossos dias, no sentido de elaborar e executar projetos educacionais como parte integrante de seu ministério, como sua missão. Ensinar é tarefa da Igreja.

Esta tarefa educacional não pode estar restrita apenas à educação cristã que é oferecido aos domingos, que em algumas Igrejas nem existe mais. Cristo é o nosso maior exemplo de pedagogo e de professor que dá a vida pelos seus alunos; não media esforços para gerar um aprendizado através de suas parábolas.

Em um mundo repleto de analfabetismo, abusos ideológicos, decadência escolar, violência, desrespeito aos mestres e autoridades, corrupção e outros mais; a Igreja precisa com urgência se fazer presente como sal e luz do mundo e porque não dizer um “Agente orgânico  capaz de originar um processo de transformação através da educação”. Qual tem sido a contribuição de sua Igreja na área da educação, fazendo com que estes problemas sejam no mínimo amenizados ou extintos na comunidade onde está inserida?  Você é Luz? tem que brilhar. Você é Sal? Tem que temperar na medida certa a sua comunidade.

  • Esdras nos ensina que o educador tem que ter coração disposto para buscar, para cumprir e para ensinar. (Ed. 7:10)
  • Jesus orienta a Igreja quanto a sua ação educacional: Ir, fazer, ensinar. É uma ação contínua. (Mt. 28: 19,20)
  • Paulo mostra que aquele que ensina, deve fazer com excelência. (Rm. 12:7) e nos mostra que existe um perigo para os que ensinam, por isso, é preciso vigilância. (1 Co. 8: 2)

Hoje em nossos dias, percebemos que ser um educador secular não é uma tarefa fácil, nem é atrativa no sentido financeiro; que dirá no âmbito cristão, quando somos eleitos pela Igreja para exercer um ministério educacional através do Departamento competente, independente da faixa etária; sem fins lucrativos, pelo contrário, em muitos casos os professores da Escola Bíblica Dominical (isto é, onde esta escola ainda funciona), ele dá muito de si em prol do Reino sem que seja visto; isto não é atrativo, sem nos esquecer das críticas que recebem por desempenhar com excelência o seu papel, isto, porque em todo lugar e a qualquer momento do nosso desempenho educacional, sempre existirá: Sambalá, Gesém e Tobias (Ne. 6: 1 a 14).

Vida cristã não é apenas confessar a Jesus publicamente e ser batizado para se tornar membro de uma Igreja. Vida cristã vai muito mais além deste ato de fé. Vida cristã é servir no Reino com responsabilidade, entendendo que a nossa vida pública pode abençoar ou prejudicar aqueles a quem ensinamos. O aumento de nossa influência significa, aumento de responsabilidades e vigilância. “O poder pode corromper”. O que um educador mais tem sobre a vida de seus alunos? “Poder de influência”, de transformar o presente, estabelecendo o futuro de uma vida; cabe à nossa consciência cristã sadia, o limite de nossas ações e as habilidades cristãs para exercer com sabedoria o nosso papel educacional.

Uma Igreja comprometida com a educação pode desempenhar seu papel com eficiência.  O Rei Josafá nos ensina alguns critérios imprescindíveis que ele executou em seus dias de reinado.

  1. Utilizar pessoas habilitadas – (Vs. 7,8) Príncipes, levitas, sacerdotes habilitados para o ensino, com qualificação moral, intelectual e espiritual. “…o que ensina esmere-se no fazê-lo”. (Rm. 12: 7)
  • Esdras foi enviado por Artaxerxes, para realizar uma reforma religiosa e educacional em Jerusalém. (Ed. 7:6). Esdras conhecia o que ensinava, e muito mais: ele vivia o que ia ensinar.
  • Em nossas igrejas, temos muito mais pessoas “desabilitadas” servindo com amor e dedicação, e crescendo; e as “habilitadas” estão na inércia. Falta de oportunidade? Ou de interesse?
  1. A palavra de Deus é a base de todo ensino educacional – (V. 9) os educadores do Rei Josafá, tinham nas mãos o livro da lei do Senhor.
  • A nossa realidade como país do terceiro mundo é assustadora. Deparamos-nos com um elevado índice de analfabetismo, o que torna um grande desafio para a Igreja. Analfabetismo em qualquer segmento é sinal de injustiça e desigualdade social; o que a Bíblia condena veementemente. A educação é direito de todos, e a Igreja de Cristo dos nossos dias não pode fazer vistas grossas para esta realidade, negligenciando o seu papel como agente educacional.
  • Quando a Igreja entende e desenvolve seu papel como educadora, o individuo que faz parte de sua comunidade é alcançado na mente e no coração; como resultado disto é gerado nele o “Temor ao Senhor”, que é o principio da sabedoria. (Sl. 111:10 / Pv. 1:7) e a Igreja amplia o Reino de Deus na terra.
  1. Educação visionária – (V. 9) O versículo é bem claro: “Percorria todas as cidades de Judá..” este é um plano educacional popular. Educação não é privilégio de apenas alguns. Não estou dizendo que a Igreja deve agora manter educandários desmedidos, não é isto. Isto é algo complexo e difícil para algumas comunidades, mas, não nos esqueçamos que a educação popular foi uma das estratégias dos primeiros missionários: chegavam ao destino, construíam um templo e ao lado dele uma escola. Cremos plenamente que muitos dos grandes colégios e escolas cristãs dos nossos dias, começaram em uma pequena sala de aula com pessoas conscientes da responsabilidade educacional, que decidiram ensinar crianças a ler e escrever.
  • Pare e pense: é constrangedor saber que em nossa comunidade onde há médicos, dentistas, advogados, pedagogos, professores e muitos outros que tiveram o privilégio de estudar e concluir um curso superior (os crente de Beréia – At. 17:11), também haja pessoas que não sabem ler e escrever com múltiplas dificuldades para enfrentar o dia-a-dia…. E não fazemos nada por eles.

Permanecemos com as nossas salas de aula, templo, banheiros, cozinha, berçário, ociosos em boa parte do tempo, isto é uma despesa inútil e censurável, portanto é desperdício e isto, é pecado. A Igreja tem muito de Deus e faz pouco para os que precisam. Em sua totalidade, a Igreja não exercita de fato a sua fé.

Ensinar apenas a parte religiosa e somente para os seus membros é por demais limitado diante das necessidades e do peso da responsabilidade que está sobre os nossos ombros, como parte da ação ministerial educacional da Igreja de Cristo.

Uma Igreja que não amplia a visão do reino como agenciadora educacional, deixa de ser instrumento de libertação e corre o risco de entrar para as fileiras daqueles que induz à alienação.

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria…” (Cl. 3:16)

Ednéia Guimarães
Deptº Educação Cristã – IEBN Paulicéia

 

 

 

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