“Rogai que a vossa fuga não suceda no inverno nem no sábado” Mateus. 24:20 – Tradução Brasileira

O Senhor Jesus, no texto acima, diz que das estações do ano, a mais difícil para a maioria das pessoas,
é o inverno. Neste período, tudo se torna mais trabalhoso e complicado. Levantar da cama pela manhã,
trabalhar com o peso das roupas grossas, quase engessando todo o corpo, isto dificulta a locomoção e
os movimentos. E na hora do banho então, é preciso uma boa dose de coragem para se desfazer das
roupas e entrar debaixo do chuveiro, e depois, para sair, é outra batalha. Como desligar aquela água tão
quentinha e enfrentar o frio novamente?

No inverno é complicado sair de casa para ir para qualquer lugar, para a igreja nem se fala,
principalmente, no domingo pela manhã. Há uma grande relutância para sair do aconchego da cama.
Alguns acham que este é o dia de descanso e se esquecem que é também o dia que separamos para
adorarmos a Deus e buscarmos a comunhão com os irmãos. Na verdade, neste período, a indolência
aumenta. Estamos mais preparados para ficar na cama, assistindo televisão, do que para fazer qualquer
outra coisa.

Foi por isso que Jesus advertiu os discípulos para que orassem a fim de que a tribulação que estava por
vir não acontecesse no inverno. Contudo, a maior preocupação que devemos ter não é com este tipo de
inverno, que é uma das estações do ano, e sim com o inverno da alma, que tem atingido muitos crentes
levando-os à frieza espiritual, ao desânimo, à perda da alegria e da comunhão com a comunidade dos
salvos.

O inverno da alma, gerado pela falta do enchimento do Espírito Santo, está levando muitas pessoas à
morbidade espiritual que, se fosse possível, as levaria de volta à morte do espírito que foi ressuscitado
por Cristo, por meio de sua morte no calvário, o qual as atraiu para Si e elas, um dia, O aceitaram, de
forma fervorosa, como seu Senhor e Salvador.

O inverno da alma pode levar à perda do prazer no serviço cristão e o abandono da prática dos dons e
talentos, paralisia que leva alguns a ficar isolados, ou a adotar uma postura de crítica em relação àqueles
que estão ativos. Outros ainda, se tornam meros frequentadores de cultos, sem contribuir com a sua
comunidade.

O inverno da alma pode levar à perda da paixão pelos perdidos e à busca desequilibrada pelas coisas
materiais. O foco passa a ser o acúmulo de bens e o gasto com luxos pessoais. Algumas pessoas deixam
de ofertar para que a obra missionária seja efetivada e o Reino de Deus avance. É necessário atentarmos
para o que diz o Senhor em João 4:35 “Não dizeis vós: ‘Ainda há quatro meses até a colheita? ’. Eu,
porém, vos afirmo: erguei os olhos e vede os campos, pois já estão brancos para a colheita.”

Não permitamos que o inimigo de nossas almas congele os nossos corações levando-nos à perda da
sensibilidade, e deixemos de nos importar com os outros. A comunhão é imprescindível para o
crescimento e manutenção do Reino de Deus, pois é na comunhão dos irmãos que o Senhor ordena a
Sua bênção e, desta forma, somos aquecidos.

Conta-se a história do missionário hindu Sadu Sundar Singh que, andando por uma estrada, num inverno
rigoroso, encontrou um homem caído, o qual ele o pegou e o colocou sobre suas costas. O seu amigo de
viagem disse: “deixe ele ai, pois vai atrapalhar a nossa viagem e atrasar os nossos passos.”

O missionário não aceitou esta sugestão e continuou a passos lentos carregando aquele homem. O seu
companheiro de viagem foi embora em sua pressa. Passado algum tempo, este foi encontrado morto,
enquanto que o Sadu chegou ao seu destino com o homem nas costas, pois, enquanto ele andava, se
aqueciam mutuamente.

No amor de Cristo,
Pr. Maurício de Carvalho Xavier