“Tenho muito que lhe escrever, mas não desejo fazê-lo com pena e tinta. Espero vê-lo em breve, e então conversaremos face a face.” 3 João 1:13-14
João escreve uma carta a um presbítero amado da igreja chamado Gaio, no final da carta ele diz que tinha mais coisa para lhe falar, mas que não iria fazer com pena e tinta no pergaminho, pois em breve iria estar com ele para conversarem face a face.
Uma vez enquanto tomava café com um amigo, ele me falava que diante desse mundo tecnológico de hoje o que ele mais sentia era “Saudade do tempo das varandas”.
E de fato a varanda era um lugar de encontro para falar sobre tudo e sobre nada de importante ao mesmo tempo, mas lá se falava olhando nos olhos de quem ouvia ou ouvia olhando nos olhos de quem falava, como João desejava fazer com Gaio.
Tem um poema da poetiza mineira Adélia Prado que explica isso, diz com outras palavras que muitas das tecnologias de hoje podem se tornar “tecno-ilógico”.
João usa a carta para falar ao seu amigo, mas ele sabe que essa é uma comunicação impessoal e por isso não poderia satisfazer a vontade de estar junto.
A internet é isso, é essa comunicação impessoal, que é boa, mas deve-se tomar cuidado para não torna-la “tecno-ilógica”, pois da mesma forma que ela pode unir pessoas distantes em uma conversa pelo Skype ou por inbox do Facebook, separa pessoas próximas. Que nada substitua a conversa de varanda, o “conversarmos face a face”.
Alan Corrêa