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A Teologia da Unção

Publicado em: 15/01/2016 por CBN-SP

Unção

Unção: Ato ou efeito de ungir, untura, untar com óleo ou com unguento. Uma aplicação de óleos consagrados. Unção: Vem do substantivo grego “Chrisma”, formando o verbo “Chrio” e resultando no adjetivo “Christós” que significa “Ungido” – O Messias. Logo toda a Unção emana do Ungido que é Cristo. Unção: Na interpretação e aplicação bíblica é compreendida como uma metáfora que simboliza o “Derramamento do Espírito” sobre alguém.

O texto básico para argumentação é: “E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento. Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou” – I João 2:20, 27.

No texto bíblico citado, a Unção significa um tipo de certificado. A unção do Espírito Santo nos cristãos sugere que estão completos em Cristo ou que são comissionados para servir a Cristo. Essa Unção também dá a entender uma contínua presença e ministério interno do Espírito Santo protegendo os cristãos de falsos mestres ou líderes, auxiliando-os a discernir entre o certo e o errado.

Como é bom entender assim. Muitos interpretam que a Unção é uma benção sobrenatural e específica para várias situações que venham favorecer aquele que a recebe. Já temos o Espírito Santo em nós. Ele é a Unção permanente, basta que busquemos em oração para que a mesma seja em nós manifestada… Aí sim podemos vivenciar a unção da alegria, a unção da cura, a unção da conquista, a unção da ousadia, a unção da sabedoria etc… O importante é o agir do Espírito em cada um de nós e o exercício da fé operante…

O que temos visto como uma das principais características dos cultos neopentecostais é a chamada “unção do cai-cai ou unção do Tombo”. Pois é, basta com que o pregador sopre ou atire o seu paletó contra o público, que um número incontável de pessoas passam a cair no chão, quer desacordadas ou tomadas por aquilo que alguns denominam de unção do riso.

À luz disto tudo, resta-nos perguntar: Existe fundamento bíblico para este tipo de unção? Em que lugar no Novo Testamento, vemos Jesus ou os apóstolos ensinando sobre a necessidade de cair no Espirito? Ou ainda, quais são os pressupostos teológicos que nos dão margem para acreditar na (zooteologia), onde Deus se manifesta através de grunhidos animalescos? Ou de pulos como cangurus?

Vale a pena ressaltar que ao longo da história, pessoas caíram prostradas diante de Deus: a)Jonathan Edwards nos traz relatos absolutamente impressionantes da manifestação do poder e da graça divina. b) John Wesley, em determinado momento da vida ao pregar o Evangelho da Salvação Eterna levou centenas de pessoas ao chão chorando e confessando os seus pecados.

Agora, vamos combinar uma coisa? A quantidade de pessoas que dizem que foram derrubadas pelo Espírito de Deus e que continuam com o mesmo tipo de vida não está no Gibi. As pessoas que caem rugem como leões, latem como cães, comportam-se como animais e vivem uma vida cristã absolutamente aquém daquilo que Deus projetou.

Quando o apóstolo João, ouviu a voz do Senhor na ilha de Patmos, prostrou-se conscientemente diante de Deus confessando o Senhorio de Cristo. Isaías, quando viu o Senhor no alto e sublime trono, curvou-se no chão dizendo, SANTO, SANTO, SANTO. Agora, o que não dá pra entender é esse cai-cai que não produz mudanças, arrependimentos e conversão de pecados?

Creio veementemente que boa parte dos nossos problemas eclesiásticos se deve ao fato de termos abandonado a margem da existência as Escrituras. Não tenho a menor dúvida de que somente a Bíblia Sagrada é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; Só a Bíblia é o árbitro de todas as controvérsias, como também a norma para todas as decisões de fé e vida. É indispensável que entendamos que a autoridade da Escritura é superior à da Igreja, da tradição, bem como das experiências místicas adquiridas pelos crentes. Como discípulos de Jesus não nos é possível relativizarmos a Palavra Escrita de Deus, ela é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos.

O reformador João Calvino costumava dizer que o verdadeiro conhecimento de Deus está na Bíblia, e de que ela é o escudo que nos protege do erro. Só o Espírito Santo e a Palavra cooperam suprindo a necessidade de todos os cristãos fiéis que buscam com sinceridade e desejam receber do Senhor as manifestações da Unção que está inserida no ato da conversão…

Entendo claramente, estudando a Bíblia que a Unção passa a ser definida como: 1 – A capacidade dada por Deus para desempenhar algo no Seu Reino. 2 – O símbolo da presença do Espírito Santo na vida do crente para guardá-lo e instruí-lo em todos os caminhos, bem como o aperfeiçoando e capacitando-o para o ministério. 3 – O conhecimento e sabedoria sobrenatural, capacitando o crente para o exercício da obra de Deus com poder e autoridade. 4 – O revestimento do poder do Espírito de Deus, mostrado no crente como uma marca espiritual e conhecida como ação do Espírito Santo no mundo físico e visível.

Em tempos difíceis como o nosso, precisamos regressar à Palavra de Deus, fazendo dela nossa única regra de fé, prática e comportamento, até porque somente assim conseguiremos discernir o verdadeiro do falso.

A unção do Espírito tem uma finalidade específica na vida de cada cristão:

  1. Quando estamos cheios do Espírito Santo e cheios da unção do Alto somos ousados, corajosos, intrépidos. O mundo das trevas nos identifica e treme.
  2. A unção é uma poderosa arma contra o diabo.
  3. A unção é um revestimento de poder completo.

Manoel Messias Pereira

 

 

 

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